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A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Goiás, encerrou recentemente mais um processo eleitoral. Os fatos vivenciados na campanha impõem-nos reflexão. A política partidária evoluiu e a da Ordem permanece no passado.

O papel constitucional e histórico da Ordem dos Advogados do Brasil transborda os meros interesses da classe representada para uma posição de defesa da cidadania e do projeto traçado na Constituição Federal.

Nesse sentido, a Ordem sempre bradou por eleições justas e limpas, como forma de concretização da democracia. Para tanto, necessário é o debate racional e equilibrado de ideias, todo o mais atrapalha. 

A campanha da Ordem em Goiás evoluiu nas últimas décadas para o gasto excessivo de dinheiro, a substituição progressiva do debate por festas e jingles, ataques pessoais... Coisas que na própria política partidária vêm sendo superadas.

Neste ano, o dia da votação foi marcado, mais uma vez, por sujeira do espaço público, boca de urna ostensiva e agressiva, paródias de músicas da pior qualidade... Ao final, a publicação de uma foto de advogados se agredindo, com um colega ao lado segurando uma garrafa de cerveja!

Esta imagem é paradigmática e nos deve, sim, acender um sinal de alerta. Chegamos num limite. Para conquistarmos o respeito que a categoria e a sociedade representada por ela merecem, por lei, temos que nos dar o respeito antes. Os interesses eleitorais têm que ceder aos interesses da classe!

Esta questionável cultura eleitoral está estabelecida e nenhum passado ou futuro candidato vai mudar isso sozinho. É necessário um pacto entre todos ou novas regras para o pleito. Nossos valorosos líderes certamente terão essa sensibilidade.

A OAB de Goiás é reconhecida em âmbito nacional, especialmente por sua estrutura e serviços prestados aos advogados. Precisa agora elevar suas dinâmicas políticas, durante e após o pleito eleitoral. Para cima, OAB! Sabedoria e sucesso aos eleitos!

Arthur Rios Júnior é advogado imobiliário e da Construção Civil.